quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aceitamento do Convite de Dassanta


O gentil convite enviado por Dassanta, para tomar parte nesse ajuntamento e de vez em quando escrevinhar algumas linhas, me encheu de contentamento, por saber que faço parte do universo da convidante, cuja simpatia e gentefinisse dispensam comentários.

De pronto respondi a sua missiva agradecendo ao convite e, olha só, me comprometendo a contribuir com algum escrito. Depois desse tresloucado gesto (o último), tomado ao sabor da emoção do convite, me dei conta que eu não tenho a verve dos escribas. Agora era tarde, eu já havia me apalavrado.

Passei uns dias imaginando a procura do assunto a ser tratado e nada, nada... Pois não é que o post da Sra. dos Sarsais me deu o mote! Também resolvi contar um pouco da minha primeira experiência no espaço sagrado e consagrado da Casa dos Carneiros.


Assim como Dassanta e Sra. dos Sarsais, eu também me permiti correr trecho do Maranhão até a Gameleira para assistir ao Concerto dos Sete Violeiros, lá na Casa dos Carneiros. Dizer da emoção de respirar o ar e solver a atmosfera do ambiente que serviu de inspiração a tantas composições do nosso amado “Bode” é chover no molhado. 

Não menor foi o contentamento de, casualmente, ter dado uma pequeníssima ajuda à equipe de produção do Concerto, mas que para mim será um daqueles grandiosos acontecimentos que jamais será apagado da lembrança.

Pois bem, no exato momento em que eu ia adentrar no ônibus que nos levaria de Vitória da Conquista até a sede da Casa dos Carneiros, passou pela frente da porta do coletivo um grande Malungo que eu conhecia apenas de foto, por participarmos da mesma comunidade virtual dedicada a Elomar. Ao ver aquela fisionomia familiar indaguei ao sujeito: “você não é o Quilimero?” ao que ele respondeu – sou sim. Então eu lhe falei “eu sou o Cilistrino”.

Quilimero então me convidou para ir com ele no seu carro até ao local da cantoria. O convite foi aceito de pronto e no caminho, ainda no perímetro urbano, Quilimero parou o carro em um posto de combustível, localizado na saída da cidade, onde se via um galante cartaz publicitário do Concerto.

Quilimero me reportou que o objetivo da parada era para comprar óleo diesel para abastecer o gerador de energia que fora instalado na Casa dos Carneiros, para garantia do Concerto. Ali ele também me fez saber que era irmão da pessoa que cuidou de toda a produção do evento, diga-se de passagem, muito bem organizado, e que também fazia parte da equipe da organização.

O combustível foi acondicionado em uma garrafa pet de refrigerante e o restante em um daqueles sacos plásticos que os postos têm para socorrer nas emergências. Por razões óbvias, já que Quilimero estava na direção do veículo, eu segui segurando os dois recipientes entre os pés, para evitar que derramasse combustível no automóvel.

No trajeto até a Gameleira o cujo que se encontrava no saco plástico insistia em vazar, por mais que eu me esforçasse para evitar que isso acontecesse. Bom, já que o estrago era inevitável, deixamos de lado esse pequeno inconveniente e seguimos viagem proseando, ouvindo alguns clássicos Elomarianos. Enquanto isso o combustível que derramava encharcava o tênis que eu calçava e as minhas meias.

Chegando na Casa dos Carneiros fomos entregar o combustível para a pessoa responsável pelo gerador de energia e, para nossa surpresa, o sujeito falou que o gerador já estava devidamente abastecido e que não precisava de mais diesel. Fomos então saber de onde partiu a demanda por mais combustível.

Prá não encompridar mais a conversa, o diesel, na verdade, era para abastecer os sete candeeiros que apoteoticamente iluminaram o palco no final da apresentação dos sete violeiros, no momento em que entoaram a CANTIGA DE AMIGO.

Bom, as mãos sujas de diesel eu tive o prazer de lavá-las na pia do “Velho Bode”, mas o tênis e as meias foram guardados para a posteridade como grandes troféus e jamais serão lavados.

Ainda hoje, quando abro a gaveta e sinto o cheiro forte do diesel que exala das minhas meias, lembro daquela noite magnífica e sinto o desejo de novamente respirar a fragrância de bode que paira no ar da Gameleira.

Mas não há de ser nada, o Festival de Óperas vem aí...

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso é que é aceitamento!!
Digno de um cavaleiro das Estradas das Areias de ouro.

Inté breve,compadre !

Nos reencontraremos nas barrancas.

Sra. dos Sarsais

Dassanta disse...

Tô sem palavras pra agradecer por tanta gentileza malungo. Fiquei feliz por demais por essa postagem no Canturi. O sinhô deve ter ainda um bocado de causo pra contar lá da Casa dos Carneiros, assim imagino. Enquanto a tão sonhada ópera (em língua vernácula) não chega, fiquemos proseando na Quadrada dos Canturis, pois ainda temos muita coisa pra assuntá.

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