quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dona Militana, a maior romanceira do Brasil


Militana Salustino do Nascimento, mais conhecida como Dona Militana (São Gonçalo do Amarante, 19 de março de 1925 — São Gonçalo do Amarante, 19 de junho de 2010) foi uma cantora de versos brasileira, considerada por muitos a maior romanceira do Brasil. Privilegiada, era capaz de recitar longos enredos do romanceiro - estilo de poesia oriundo de Portugal - que chegou ao Brasil ainda nos idos da colonização.


Aprendeu de tanto ouvi-los recitados por seu pai, Atanásio Salustino. Com ele aprendeu a cantar romances ibéricos e nacionais, enquanto trabalhavam na roça. Viajou para se apresentar em várias cidades do Brasil, foi a São paulo, Rio de janeiro, Brasília, Aracaju, Mossoró, Maceió, João Pessoa e outros tantos lugares. Em 1998, participou em São Paulo do espetáculo "Festejando Cascudo" em homenagem ao folclorista Câmara Cascudo promovido pelo músico Antônio Nóbrega.

Participou também do vídeo "Câmara Cascudo, o provinciano incurável" exibido no ano seguinte na TV Cultura. Em 1999, participou do V encontro de Cultura Popular, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal (RN). NO mesmo ano, participou do CD "Romances e cantos de excelência" interpretando "Conde de Amarante", "D. Branca", "Nau Catarineta" e "Rei Afonso", todas de autores desconhecidos. Ainda nesse ano, participou do CD "Songa também dá coco" interpretando "Vinheta em Pomaça", de Cleudo Freire e "Romances populares", de autor desconhecido.

Em 2000, gravou o CD triplo "Cantares", no qual interpretou cocos, romarias, desafios e fandangos em temas como "Romance de a bela infanta", "O mouro e a estrangeira", "Inácio da Catingueira", "Boi madingueiro", "Romance de reis", "Mulher malvada", "Coco da lagartixa", "Manuel Passarinho" e "General dos Marotos". Esse trabalho contou com as participações de Antônio Nóbrega, além de Mestre Salustiano e Eusébio Macaíba nas rabecas, Roberto Corrêa, na viola, João Omar no violão, Dolores Portela no cravo, Luca Reale no clarinete e o maestro Osvaldo D' Amore, da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, no violino. No mesmo ano, participou de shows com Antônio Nóbrega em São Paulo.

Segundo a pesquisadora Leide Câmara: "Dona Militana é considerada a mais importante romanceira do Brasil. É conhecedora de algumas dezenas de peças raras dos romanceiros ibéricos e brasileiros."


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