Moacir Santos é considerado pelos críticos e
pesquisadores musicais como um dos principais arranjadores e compositores
brasileiros, aquele que renovou a linguagem da harmonia no país.
Moacir Santos nasceu em 1923 em São José do
Belmonte-PE e começou cedo sua história musical, quando se se uniu à banda da
cidade Flores do Pajeú, em pleno sertão pernambucano, aos 14 anos, tocando
saxofone, clarinete e trompete, entre outros instrumentos. Dois anos depois ele
saiu pelo nordeste afora até 1943, quando arrumou um emprego na Rádio Clube de
Recife.
Em 1945 foi para a Paraíba, onde tocou na banda da
Polícia Militar e na jazz band da Rádio Tabajara como clarinetista e tenorista.
Em 1948 ele mudou para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na gafieira "Clube
Brasil Danças" durante 18 anos como saxofonista, arranjador e maestro.
Outro longo emprego que teve foi na Rádio Nacional,
começando como tenorista da Orquestra do Maestro Chiquinho. Como fazia arranjos
sem conhecer as regras, Santos se iniciou em teoria musical com Guerra Peixe e
depois foi estudar com o grande musicólogo e compositor alemão Hans Joachim
Koellreutter, de quem Santos depois se tornou assistente.
Durante essa década ele começou a dar aulas, mas
foi nos sessenta que ficou famoso, sendo professor de grandes talentos, como
Paulo Moura, Oscar Castro-Neves, Baden Powell, Maurício Einhorn, Sérgio Mendes,
João Donato, Roberto Menescal, Dori Caymmi e Airto Moreira, entre outros.
Em 1951, ele foi convidado por Paulo Tapajós,
diretor da Rádio Nacional para ser um maestro e arranjador do elenco, onde
permaneceu até 1967. Em 1954, Santos foi para São Paulo onde dirigiu a
orquestra da TV Record. Dois anos depois, ele voltou ao Rio de Janeiro, retomando
seu trabalho na Rádio Nacional e se tornou regente na Copacabana Discos.
Com o prestígio alcançado no Brasil, Santos gravou
em 1965 pela Forma, o seu primeiro álbum solo, "Coisas". Santos
compôs trilhas sonoras para muitos filmes como "Love in the Pacific",
"Seara Vermelha"(Rui Aversa), Ganga Zumba (Cacá Diegues), O Santo
Médico (Sacha Gordine), e Os Fuzis (Ruy Guerra), entre outros.
Em 1967, ele deixou a Rádio Nacional e se mudou
para os EUA, indo morar em Pasadena, onde ficou dando aulas de música até ser
descoberto por Horace Silver. Em 1985, ele abriu junto com Radamés Gnattali, no
Rio de Janeiro, o I Free Jazz Festival. Em 1996, ele condecorado pelo
Presidente Fernando Henrique com a comenda da Ordem do Rio Branco. No mesmo
ano, Santos foi homenageado no Brazilian Summer Festival em Los Angeles.
Seus arranjos originais para várias de suas
composições foram transcritas por Mário Adnet e Zé Nogueira no álbum duplo
"Ouro Negro"(2001), que teve as participações de Milton Nascimento,
João Donato, Gilberto Gil, e do próprio Moacir Santos, entre outros.
Fonte:
Clube de Jazz
Discografia
>>> Download
[1965]
Coisas
[1972]
The Maestro
[1974]
Saudade
[1975]
Carnival of The Spirits
[1978] Opus 3 No. 1
9 comentários:
Muito obrigado!
Estava procurando mesmo, esta raridade!
Parabéns pelo trabalho!
Forte e cordial abraço!
Bem-vindo à Quadrada, agradecemos a visita!
ótimo post! obrigado pelo conteúdo
SENSACIONAL! VIVA MESTRE MOACIR!
Valeu!
Obrigado!
esse blog é maravilhoso!! Muito obrigada por compartilhar toda essa riqueza da música brasileira!
Houve uma exibição da obra do grande Moacir na UFF dia !5DEZ2018.
Seria interessante que a mesma fosse editada e distribuida / vendida aos estudiosos da ibra desse grande musico.
Valeu!!!!!!!
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