Um gênio! Não há palavra melhor para definir o
músico e compositor Itamar Assumpção. Um artista inventivo, ousado e
performático. Homem sangue quente, colorido, agridoce, pirado, bendito e grande
conhecedor de orquídeas. Ele as entendia, e elas a ele... Sempre foi assim, uma
relação linda, mediada ao toque e a delicadeza. "Nós somos orquídeas
cigarras formigas amigas / Pra lá de colegas / Musas e músicas curtimos a
lida / Curamos feridas amamos a vida".
Filho de Tietê (SP), Itamar não fugia a luta,
jogava-se na vida em puro experimentalismo. Ele fazia e acontecia, "matava
a cobra e mostrava o pau a quem quiser ver e comprovar". Ah! Esse
"Benedito João dos Santos Silva Beleléu. Vulgo Nego Dito, Nego Dito cascavé",
senhor de uma poesia complexa.
Tonou-se referência da chamada vanguarda paulistana
que agitou a música brasileira entre os anos 70 e 80, constituindo um dos
momentos mais transformadores da cena musical no País, ainda sob a vigília da
ditadura militar.
No documentário "Daquele Instante em
Diante", de Rogério Velloso, fragmentos da vida e da obra de Itamar
Assumpção são trazidos à tona.
O filme acompanha diversas fases de sua carreira,
desde a intrigante canção "Nego Dito", uma das mais calorosas
discussões acerca da negritude e do racismo no Brasil; até sua morte, aos 53
anos. Parceiros e amigos, como Alice Ruiz, Suzana Salles, Luiz Chagas, Paulinho
Lepetit, Marta Amoroso e Vange Miliet, além de sua mulher e as duas filhas,
reconstituem traços da vida do músico. Reunindo uma seleção de imagens raras
garimpadas em meio a acervos e arquivos particulares.
Itamar gravou discos considerados antológicos como
"Beleléu", "Às Próprias Custas S/A" e "Sampa
Midnight". Ele foi parceiro de Paulo Leminski, Arrigo Barnabé, Jards
Macalé, Alzira Espíndola, entre outros. O artista também teve suas composições
gravadas por inúmeros músicos como Zélia Duncan, Ney Matogrosso e Rita Lee. O
documentário lança o projeto "Iconoclássicos" na rede de cinemas Unibanco
em todo o Brasil. O projeto é patrocinado pelo Itaú Cultural, com foco em
figuras importantes de vários campos das artes.
Discografia >>> Downolad
[1980] Beleléu Leléu Eu
[1983] Às Próprias Custas S/A
[1986] Sampa Midnight
[1988] Intercontinental!
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol. I
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol.II
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol.III
[1996] Ataulfo Alves por Itamar Assumpção
[1998] Pretobrás
[2004] Isso Vai Dar Repercussão
[2010] Pretobrás II
[2010] Pretobrás III
Fonte: Diário do Nordeste
Discografia >>> Downolad
[1980] Beleléu Leléu Eu
[1983] Às Próprias Custas S/A
[1986] Sampa Midnight
[1988] Intercontinental!
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol. I
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol.II
[1993] Bicho de 7 Cabeças Vol.III
[1996] Ataulfo Alves por Itamar Assumpção
[1998] Pretobrás
[2004] Isso Vai Dar Repercussão
[2010] Pretobrás II
[2010] Pretobrás III
12 comentários:
Meu amigo, muito obrigado por esse tesouro. A obra de Itamar Assunção precisa sempre ser divulgada.
O seu blog é incrível, parabéns pelo belo trabalho. Me lembra diversos outros trabalhos que sumiram ou foram suprimidos nesses tempos estranhos em que vivemos. Parece que a informação e o conhecimento nunca foram algo tão perigoso.
Só mais uma coisa, não sei se é só pra mim, mas o link para "Petrobrás II" parece ter caído..
Abs
Salve, malungo. Agradeço seus elogios e sua visita ao blog. O disco solicitado já foi adicionado à pasta. Abraços.
maravilha!!!
maravilha!!!
Itamar Assumpção, Hermeto Pascoal, Alceu Valença, Sivuca, Heraldo do Monte... nossa, este blog é demais mesmo!!! tomara que dure para sempre ou ate pelo menos eu devorar e guardar tudinho que há aqui, pra mim são super preciosidades! muito obrigado!
Parabéns e obrigado pela militancia a favor da cultura íntegra e genuína.
Markel Trindade
História de despedida, estou assistindo o documentário hoje dia 05/06/2017, as lágrimas não silenciam, dói uma afetividade de causa, uma liberdade, este dói dói que nos faz em nossas almas que não acordam, suas orquídeas,na orquídea da minha Rainha que foi encontrar seu também orquidário, sua obra nunca silenciou prenunciou das iscas que pretos vivem, que pretos escondem desejos nos autos de segurança, sua música resistência da essência desta terra que bate em nossos terreiros que são sujeitos e sofrem toda a negação deste estado que demonstra o seu trato nas doenças causadas pela negação do estado liberdade, as lágrimas são um presente que a sua música reverbera o que eu acredito ser o mais humano que já vi, próximo andei Penha e nasci em Cangaiba City...quantas poesias, livros, grafitis, desenhos, tons, sons, melodias, dias, anos, tempo, liberdade, vida, orquídeas...
VALEU
Que maravilha! Obrigada por compartilhar conosco!
MUUUIIITOOO OBRIGADISSIMO UM TESOURO RARO DE SE BAIXAR!!!
PARABÉNS PELA INICIATIVA!!
MUITO BOM
Gratidão...belas postagens...tudo pela MPB! Abraço.
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